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Nossos Avanços – Anos 2020/2021
A última semana do ano chegou…Em clima de retrospectiva, veja os principais desafios e conquistas importantes do nosso trabalho durante 2020/2021: ● Parceria com o time de segurança do Tiktok na prevenção específica de brincadeiras perigosas● Continuidade de parcerias em instituições internacionais como: Erik’s Cause (EUA) e Apeas (França);● TIC Kids Online – Artigo publicado no compêndio da pesquisa anual 2020;● Reconhecimento nacional e internacional… e muito mais! Clique na imagem para conferir a apresentação com os nossos principais resultados: ———————-⠀⠀⠀⠀⠀⠀ Prevenir é a solução, juntos podemos salvar muitas vidas!⠀⠀⠀⠀⠀⠀
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Séries violentas como Round 6 precisam ter mediação de adulto”, alerta ONG
Recorde de audiência da Netflix, a série Round 6 vem gerando preocupação de pais de crianças e profissionais da educação. A produção coreana traz a história de uma competição de sobrevivência em que pessoas endividadas são convidadas a participar de jogos infantis tradicionais, como cabo de guerra. O problema é que crianças e adolescentes estão expostos a cenas fortes de violência, já que os perdedores dos jogos, na série, têm consequências mortais. Para Fabiana Vasconcellos, psicanalista do Instituto DimiCuida, que trabalha na prevenção de comportamentos de risco disseminados pela internet de forma geral, a família precisa mediar o uso de plataformas de vídeos antes mesmo que a criança conheça o conteúdo. Para a psicanalista, a família brasileira ainda está no processo de aprendizado para lidar com séries em plataformas de streaming. “Por décadas, a TV aberta recebeu diversos protocolos de proteção de crianças e adolescentes para que, então, a família se sentisse segura em deixar a criança assistindo a uma série, um programa infantil, porque sabia que aquela programação era livre de qualquer comportamento de risco. Nós não temos mais essa proteção. Cabe aos responsáveis a mediação”, analisa Vasconcellos. Ela ressalta que a própria plataforma tem um manual, que faz com que sejam bloqueadas séries se o responsável achar que não devem ser assistidas. “O papel da família é ler as cartilhas de proteção antes mesmo da criança acessar o app e ver os conteúdos”, alerta. Comportamento de risco A série tem recomendação para maiores de 16 anos e mostra cenas de suicídio, tortura psicológica, palavrões, além da violência explícita. Vasconcellos explica que a produção é para adultos, porque crianças não têm a mesma percepção preventiva. As cenas de violência podem, inclusive, causar traumas e desenvolver fobias. “A criança está em processo de amadurecimento neurobiológico de funções que comandam os comportamentos e está à mercê do que é apresentado a ela”, diz a psicanalista. Ela aponta que uma criança mais vulnerável pode se sentir compelida, a partir da ideia de um grupo, a copiar um comportamento de risco. “Quando adultos distinguem um conteúdo muito violento, desligam a televisão ou mudam de canal. A criança, não. Ela fica exposta a esse conteúdo violento por não ter esse mecanismo de negação consolidado. Expor a criança a algo que não tem maturidade emocional para absorver pode trazer consequências emocionais que talvez precisem ser acompanhadas por um especialista”, ressalta a especialista. Via: Instituto Claro
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[:pt]Brasil x Itália: regulações de proteção da criança e do adolescente no uso da internet[:]
[:pt]Mortes e acidentes por brincadeiras perigosas não são uma exclusividade do Brasil, mas como as autoridades de cada país lidam com isso, pode ter uma diferença absurda. Em janeiro deste ano, uma criança italiana de 10 anos veio a óbito após replicar um desafio de asfixia disseminado via Tiktok. O Governo do País imediatamente bloqueou o uso do TikTok até 15 de fevereiro para os usuários que não confirmarem a idade. Isso aconteceu porque, segundo a lei italiana, menores de 13 anos não podem ter acesso ao aplicativo e a partir dos 14 anos devem ter o consentimento dos pais. No Brasil, temos um total de 45 casos de crianças e adolescentes vítimas das brincadeiras perigosas disseminadas na internet, sendo 18 acidentes com sequelas e 25 vítimas fatais, segundo um levantamento informal feito pelo IDC de 2014 a 2020. Alguns casos tiveram ampla repercussão midiática, como o caso da pequena Adrielly Gonçalves, 7 anos, que perdeu a vida após imitar um outro desafio do Youtube em 2018. Infelizmente, no caso do Brasil, não tomamos conhecimento se alguém foi responsabilizado, se a plataforma de vídeo sofreu algum bloqueio, se foi exigida alguma providência ou alteração nas políticas de privacidade, idade e/ou conteúdo. Em dezembro, o Instituto Dimicuida teve causa ganha num processo para a retirada de vídeos de desafios perigosos do YouTube. Mas numa busca rápida nas duas plataformas de vídeo citadas nesse texto, você encontrará incontáveis vídeos dos mesmo desafios que vitimaram essas crianças e muitos outros tão letais quanto. Pelas nossas leis de regulação, o juiz tem que assistir a cada URL enviada para retirada e decidir se deve ou não proceder. Esse tempo não permite que os canais que constantemente lucram com desafios perigosos sintam-se responsáveis pelos possíveis incitamentos a comportamento de risco. Pode-se chegar aos seguintes questionamentos: as leis estabelecidas pelo ECA estão sendo cumpridas na internet? O marco civil da internet estabelece leis realmente efetivas nesses casos ou alguns pontos ainda precisam ser revistos? As plataformas de vídeo têm políticas de privacidade e idade realmente efetivas? Alguma medida está sendo pensada como forma de prevenir outros acidentes no Brasil? Onde estão as políticas públicas de proteção às crianças e adolescentes na internet? O que se tem conhecimento é que, diariamente, vídeos com conteúdo perigoso são lançados nas redes e alcançam milhares e milhares de visualizações, vários são monetizados e crianças e adolescentes estão recebendo e consumindo esse tipo de conteúdo, algumas delas estão replicando, outras estão se acidentando e, lamentavelmente, só tomamos conhecimento das fatalidades quando chegam a grande mídia. Não há restrição expressa no Marco Civil da Internet, apesar de muitas empresas estipularem a idade mínima de 13 anos para que alguém abra uma conta. Registre-se que não se deve negar às crianças o acesso à tecnologia, visto que as mesmas pertencem à geração dos “nativos digitais” e excluí-las representaria uma desvantagem em seu desenvolvimento. Por isso, é essencial que as crianças e adolescentes utilizem os serviços da Internet com uma adequada supervisão dos pais e cuidadores, usando ferramentas de segurança e educando para o uso positivo para se navegar com segurança.[:]
[:pt]Evento do Comitê Gestor da Internet no Brasil discute uso de mídias digitais por crianças e adolescentes[:]
[:pt]A integrante do Departamento Científico (DC) de Adolescência da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), dra. Evelyn Eisenstein, representou a entidade no 3º Workshop Impactos da Exposição de Crianças e Adolescentes na Internet, promovido pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), em São Paulo (SP). O evento, realizado na última semana, teve como objetivo discutir a promoção da educação, privacidade e do bem-estar da população infantojuvenil no mundo digital, e contou com a participação de pais, educadores, além de representantes de empresas do setor e de instituições civis. Na oportunidade, a especialista da SBP integrou o painel “Dependência da tecnologia e bem-estar: as experiências possíveis entre o uso criativo e o uso abusivo”, em que abordou aspectos relacionados à utilização inadequada das mídias eletrônicas e sua consequência para a saúde física e mental. “A nova Classificação Internacional de Doenças (CID 11) já inclui a dependência em jogos eletrônicos como uma doença. De modo geral, o uso excessivo de vídeo-games e das mídias pode resultar em diferentes tipos de agravos à saúde. Transtornos de sono, comportamento irritadiço, isolamento social e até mesmo tentativas de suicídio podem ser desencadeadas quando não há controle sobre aquilo que crianças e adolescentes acessam”, enfatizou a dra. Evelyn. De acordo com a pediatra, os pais e responsáveis devem exercer uma mediação ativa e constante em relação ao conteúdo que seus filhos consomem. “O advento das novas tecnologias é um processo irreversível. Muito mais do que impedir o contato com o mundo digital, é necessário estar atento ao que os filhos compartilham nas redes sociais, quais sites acessam e com quem eles conversam. A mediação parental é a chave da proteção contra os perigos disseminados através da internet”, enfatizou. PAPEL DO PEDIATRA – Na visão da dra. Evelyn Eisenstein, os pediatras desempenham um papel central na prevenção de possíveis efeitos negativos relacionados às mídias digitais. “A tecnologia moderna transformou profundamente a interação das crianças com o mundo. É fundamental que hoje o pediatra aborde esse tema no consultório, nas escolas e nos veículos de comunicação. Precisamos trabalhar a prevenção, de forma universal, para evitar a disseminação de práticas abusivas, como cyberbullying, os chamados ‘desafios perigosos’, entre outros”, afirmou. Na ocasião, o Manual de Saúde de Crianças e Adolescentes na Era Digital, elaborado pelo DC de Adolescência da SBP, foi distribuído para as cerca de 300 pessoas que acompanharam as palestras. As discussões foram transmitidas, ao vivo, através do canal oficial do Núcleo de Informação e Coordenação (NIC.br) no YouTube. Para acessar o vídeo e conferir os debates, CLIQUE AQUI.[:]
Adolescência e contemporaneidade: efeitos na educação
Estamos assistindo jovens sucumbirem à práticas potencialmente fatais, advindas de uma perspectiva de existir na contemporaneidade apenas pelo que é pautado no aqui e agora. De onde viriam as motivações para usufruir do corpo e mente nesse vazio de reflexão sobre as consequências de tais práticas? Nos parece uma missão impossível educar adolescentes na atualidade, como dirá a pesquisadora Beatriz Gutierra nos seu artigo sobre esse tema. Aos que questionam, afirma-se uma direção que envolve a educação e as modalidades de formar jovens dentro e fora das escolas. A autora explica com conhecimento sobre esse fenômeno: ‘Estamos em um tempo de declínio do valor da educação na constituição dos sujeitos, tendo em vista a sociedade de espetáculo na qual vivemos onde o importante é ter fama, sendo o saber, a cultura, quase que dispensáveis para que o jovem estabeleça o laço social e se sinta reconhecido na sociedade. Além disso, a escola e o saber por ela veiculado perdem o valor numa sociedade marcada pelo declínio da imago social paterna. Trata-se do declínio daquilo que no social funcionaria como referência simbólica e indicaria a possibilidade de um laço social atrelado às leis, tradições e imagens ideais. Neste sentido não são transmitidos aos jovens as leis que regulariam as relações, e o que se prega, na verdade, é o imperativo do gozo absoluto, não delimitado pela castração simbólica. O ideal maciço transmitido à juventude é aquele que prega a satisfação narcísica. Para se realizar deve-se gozar dos objetos no aqui e agora, sem interdições que lançariam o sujeito num processo desejante. Este imperativo do gozo sob o qual estamos submetidos na modernidade situa a droga, por exemplo, como objeto de puro gozo, com um fim em si mesmo. A violência e as relações afetivas fragilizadas na atualidade denunciam este imperativo, onde na relação com o outro se baseia na usurpação dos objetos e na indiferença. O outro é puro objeto de gozo.” Ela diz ainda de como o adolescente está sendo moldado por um social que almeja o prazer imediato e não vislumbra ideais de futuro, uma substituição dos referenciais e modelos adultos pelos pares: “Os adolescentes são como “antenas parabólicas” captando este discurso e atuando-o prontamente. Os grupos de pares que até então se constituíam enquanto suportes simbólicos de identificação são, na atualidade, aglomerações narcísicas que atuam o excesso de agressividade na relação com o outro. A escola e seus professores, em sua tentativa de transmissão de ideais (quando realmente assumem sua missão), enfrentam um sujeito adolescente imerso no discurso social que apregoa o gozo em detrimento do processo desejante mediado por ideais. Estamos diante de uma luta inglória…” As práticas de brincadeiras perigosas já foram confirmadas como pesadamente influenciadas pelos pares e um novo posicionamento de educadores em relação aos jovens seria preciso para redirecionar a atenção e motivação do jovem contemporâneo: “O adolescente é visto como: engraçado, criativo, porém necessitando de atenção, esteio e referência de pessoas que possam estar num lugar de orientador (formador). Os adolescentes são encarados, ainda, como capazes de aprender, como detentores de um saber próprio. Possuem uma visão crítica sobre o mundo e são capazes de se responsabilizarem por seus atos e palavras. São professores sensibilizados com as questões da adolescência, e que oferecem espaço para que sejam discutidas durante alguns momentos na sala de aula, sem abdicar de sua função enquanto responsável pela transmissão de conteúdos formais. A relação destes professores com sua função e com as atividades e conteúdos transmitidos é marcada por uma extrema vivacidade. Estes professores subjetivam o conteúdo transmitido. Transmitem o conteúdo de forma viva, envolvente, pois ele é considerado importante pelo próprio professor. O resultado é a “conquista do aluno” (sic.). Esta relação com o saber e com o ensinar, marcada pelo desejo que a torna viva, parece possibilitar a transmissão de um desejo de saber para os alunos. São professores que produzem uma transferência de trabalho, pois eles estão constantemente a trabalhar, a buscar novas significações. A relação com o ensinar é atravessada pelo aprender constante. Daí ser possível que, os alunos, olhando para um adulto em processo de re-significar e trabalhar com os conteúdos de forma viva, possam fazê-lo também, envolvendo-se com o processo de aprendizagem.” Para ler o artigo na íntegra: http://www.proceedings.scielo.br/scielo.php?pid=MSC0000000082005000200035&script=sci_arttext
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