[:pt]Voluntários criam grupos de apoio para trocar vivências e ajudar o próximo[:]

[:pt]Juntos somos mais fortes.

Grupos de apoio surgem com diferentes objetivos. Pode nascer com o intuito de desmistificar o transtorno do autismo na sociedade e para troca de experiência entre mães e pais, como é o caso da Associação Fortaleza Azul, ou após um jovem de 16 anos perder a vida praticando um jogo de não-oxigenação, como, por exemplo, o Instituto DimiCuida. O Panapaná, por sua vez, foi criado após a médica Niedja Bezerra enfrentar um câncer. São três histórias diferentes. No entanto, em comum, além de terem sido fundados em solo cearense, os três grupos têm como proposta ajudar o próximo.

 

Apesar de terem uma trajetória relativamente curta, eles têm mudado a história de muitas famílias e se tornaram motivo de orgulho para os fundadores, que transformaram um momento difícil em esperança.

 
 
Conscientizar, educar e prevenir

O Instituto DimiCuida, também sediado em Fortaleza, foi fundado em 2014, por Demétrio e Heloisa Jereissati, após o filho do casal, Dimitri, de 16 anos, perder a vida praticando o jogo do desmaio. “Assustou muito a família porque ele era um rapaz com sonhos de vida. O Dimitri resgatava animais de rua, sonhava em ser guia de ecoturismo, tinha uma paixão muita grande pela natureza, além de namorada e grupos de amigos. Não tinha como olhar para aquilo como suicídio, como a princípio a investigação supôs que fosse”, contou a psicóloga e membro do comitê de educação do grupo Fabiana Vasconcelos.

 

Um especialista em luto de Fortaleza e amigo da família conhecia a prática do jogo, por trabalhar diretamente com mães e pais que perderam os filhos pelo mesmo motivo, e alertou o casal. Foi quando os dois começaram a pesquisar o assunto e encontraram um caso isolado no Rio de Janeiro, em uma escola carioca, e descobriram a APEAS (Association de Parents d’Efants Accidentés par Strangulation), criado na França, por pais de vítimas da brincadeira perigosa.

 

“Dois meses após a morte do Dimitri, o Demétrio e a Heloisa viajaram para a França, onde participaram de um colóquio sobre o jogo do desmaio promovido pela APEAS. Lá eles resolveram se aprofundar. Participaram de prevenção nas escolas, dos treinamentos feitos pelas enfermeiras, entenderam o que era a prática, a motivação, como acontecia. Quando retornaram, o Instituto foi fundado para conscientizar e prevenir os jogos de não-oxigenação no Brasil”, falou Fabiana.

 

Fabiana trabalhava como educadora nos Estados Unidos e tinha conhecimento dos jogos em território americano quando foi convidada para integrar o grupo de apoio. “A pesquisadora Juliana Guilheri é a única brasileira que publicou dois artigos na área e está fazendo uma tese de doutorado sobre o assunto, onde entrevistou mais de 1000 crianças no Brasil”.

 

“Por enquanto, toda a parte científica sobre os jogos de não-oxigenação é em inglês ou em francês. Entrei no grupo para estudar realmente. Apesar de ter partido de uma vivência emocional e de perda, o Demétrio não queria que o Instituto fosse fundado somente com esse objetivo. Ele queria que fosse baseado em um entendimento factual, para descobrir o que está acontecendo no Brasil”, explica ainda a psicóloga. Ela estuda, por exemplo, o comportamento dos jovens no YouTube. Fabiana alerta, por exemplo, que atualmente estão disponíveis 19 mil vídeos no serviço que ensinam um tipo específico de jogo de não-oxigenação.

 

Em agosto de 2015, o Instituto promoveu o 1º Colóquio Internacional sobre brincadeiras perigosas. O evento reuniu um público de 300 pessoas em dois dias e tinha como principal objetivo explicar quais são essas brincadeiras. “As pessoas não tinham conhecimento. A gente diz muito que os jovens praticam e os pais desconhecem”.

 

Além dos dois colóquios já promovidos pelo Instituto, um em 2015 e outro em 2016, o grupo trabalha com programas de prevenção voltados para profissionais da área de saúde, educação e para jovens. Fabiana também destaca que o DimiCuida está à disposição para que os pais que vivenciaram a situação procurem o grupo.

 
 

Sequelas
“Nossa meta daqui pra frente é abranger. A gente leva a prevenção para escolas ou instituições que trabalham com jovens, para que eles aprendam a se proteger dos jogos de não-oxigenação. As brincadeiras perigosas têm uma série de sequelas, que vão desde o desmaio ao estado vegetativo. É isso que a gente quer alertar”, afirmou a psicóloga.

 

“Temos dois anos de atuação, de algo que é novo e assustador. Decidimos que não vamos até as escolas. São elas que vêm até nós. Nossa divulgação é através do site, fanpage no Facebook e dos colóquios. São essas pessoas que participam desses eventos que disseminam a informação, divulgam nas instituições que trabalham e, geralmente, elas nos procuram. Tínhamos como meta inicial, em 2016, fazer 30 prevenções e já vamos chegar em 50”, disse Fabiana.

 

A psicóloga relata que o que mais preocupa as escolas é que o Instituto chegue com informações que despertem a curiosidade dos jovens. É por isso que a profissional desenvolveu um método especial para fazer o trabalho de prevenção nas instituições. “É por isso que usamos uma nomenclatura generalizada, brincadeiras perigosas”.

 

Fabiana ainda faz o apelo para ter o apoio da segurança pública. “Precisamos que a segurança pública diferencie os casos de jogos de não-oxigenação de suicídio, para que tenhamos números reais. Como não temos essa estatística, as brincadeiras e as práticas continuam desconhecidas. Nós temos uma ferramenta no Brasil, chamada autópsia psicológica, que pode diferenciar esses casos. A especialista Fátima Santos, da PUC de Campinas, inclusive participou de um dos nossos colóquios”.

 
 
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Fonte: Diário do Nordeste Plus

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