Internet

[:pt]Intoxicação Digital Infantil[:]

[:pt] Toda reformulação de tecnologias convida a reconstrução de nossas formas de cuidado e educação de crianças. Tememos por seus efeitos deletérios e sonhamos com seus benefícios. Freud dizia que o mesmo progresso que trouxe as linhas ferroviárias levando para longe nossos entes queridos, inventou o telefone que vence tal distância. Lacan formalizou o problema de uma forma mais trágica: não há progresso, como não sabemos o que perdemos não podemos avaliar o que estamos ganhando.   Ainda assim a transformação de uma forma de vida deixa relíquias que cultivamos como cultura e ruínas vivas que são como sequelas de um futuro que não pode ser antecipado. Agora, quando temos uma primeira geração nascida e criada com acesso farto e irrestrito à vida digital, podemos começar a separar um estilo de vida, como o Nerd ou Geek, de novas formas de sofrer, aqui agrupadas em torno da intoxicação digital infantil.   Como qualquer tecnologia ela apenas favorece ou intensifica disposições já existentes, por isso os traços descritos a seguir devem ser compreendidos como exemplos de usos que uma criança pode fazer da vida digital, geralmente em associação com certas condições de relação familiar e educação que lhe são conexas e complementares:   (1) Super-oferta de presença. Crianças entre zero e dois anos, expostas a tablets desenvolvem uma ligação extrema com a presença do outro, representado pela oferta de imagens atraentes e estimulação auditiva ou sensorial adaptada às demandas da criança. Esta espécie de chupeta eletrônica não apenas traz prejuízos para a formação do sistema viso-motor ou da atenção, ela introduz uma novidade intersubjetiva, a crença de que o outro está sempre disponível.   Freud observou seu neto jogar para fora do berço um carretel atado a uma linha e puxá-lo de volta, dizendo prazerosamente: “aqui” e ”lá”. Disso ele intuiu um modelo de simbolização a partir do brincar. Ao agir assim a criança substitui a mãe ausente pelo carretel presente. Ela inverte a experiência vivida passivamente, com a ausência da mãe, em um fazer ativo jogando e puxando o carretel.   O terceiro fato simbolizante está na introdução de uma palavra significante: aqui-lá. Ela substitui a angústia da ausência e da presença excessiva da Coisa materna. Tablets reagem a gestos não a palavras. Eles pacificam não apenas porque fazem a função do carretel que substitui o adulto cuidador, mas porque propõe novos estímulos visuais e acústicos. Isso elimina o tempo morto, no qual a ausência do outro é o tempo desconfortável, porém criativo, de invenção de seu substituto lúdico. Neste tempo “perdido” aprendemos a nos acalmar, mas também a nos interessar pelo outro.   A criação de um dispositivo de ocupação total, sempre disponível tornou as situações de espera situações de ocupação. Fixa-se uma maneira de estar permanentemente com o outro em presença, o que confirma a suposição de que ele está sempre interessado em nos ofertar atenção, objetos, imagens ou palavras. É um modelo de criação e filhos que tem por horizonte a formação de um consumidor exigente, que sabe que tem sempre razão e que pensa o outro como um mercado que tem o dever de agradá-lo, estando sempre à nossa disposição.   (2) Isolamento e redução do laço social. A suposição de que o Outro toma sempre a iniciativa afeta a estrutura da demanda, interferindo na formação de atitudes como dar, receber, pedir ou compartilhar. Quando o Outro não me oferta nada isso é lido como signo de desamor e indiferença, mas sem incitar o trabalho para fazer-se interessar ao outro. Duas oposições elementares da gramática amorosa podem sofrer prejuízos aqui: Amar e ser amado (atividade e passividade) e amor ou ódio (oposição de conteúdo) são submetidas a uma terceira oposição, mais genérica, entre amar e ser indiferente. Se identifica com presença e oferta, a ausência se traduz por desamor e indiferença.   Neste cenário saber administrar a indiferença torna-se uma habilidade tão crucial quanto cruel. Isso pode ser feito tanto pela suspensão quanto pela fixação em um dos quatro pontos de sustentação da demanda: pedir, recusar, oferecer e negar. O ponto de retorno da demanda sobre si mesma, o ponto no qual a criança diz “não é isso!”, não dá início a uma nova série baseada em “eu te peço”, mas transforma-se em uma atitude, uma posição subjetiva. A vida no condomínio digital cria muros de indiferença baseados na seletividade de oferecimentos, filtrados portargets e big-datas, repetem escolhas anteriores, tornando cada vez mais invisível a diferença. Reduzem o tamanho do mundo o que acaba por aumentar o tamanho do eu. A exclusão do outro perturbador, a recusa da diversidade e o bullyng digital são signos desta patologia da gramática da demanda.   (3) Depressividade desejante. O imperativo da oferta amorosa em presença, a erotização da recusa-indiferença, facilitados pela linguagem digital, podem suturar o intervalo no qual a demanda evolui para o desejo com uma espécie de consolo de gozo. Surgem crianças para as quais vídeo-game e redes sociais não são apenas causa, mas solução para a decepção com o Outro. Apatia, seletividade alimentar, dificuldades de sono, restrição social, obesidade, redução do espectro de interesses são uma paisagem conhecida.   Acrescentemos aqui dois traços estruturais (a)abulia, dificuldade de iniciar um ciclo de comportamento, o esforço desproporcional para dar o primeiro passo como levantar pela manhã, sair de casa ou pegar no sono e (b) a anhedonia, perda da capacidade de experimentar satisfação, ainda que condições objetivas para isso sejam dadas. Reduz-se o arco de trabalho subjetivo que articula experiência de satisfação e desejo. Muitos dispositivos digitais baseiam-se em séries muito simples cuja gramática elementar apenas se torna mais extensa e acelerada, mas não mais complexa, como por exemplos em vídeo games como Candy Crush ou Mine Craft. Arcos de trabalho subjetivo mais simples, percebidos genericamente como “altamente viciantes”, convidam a criança a “sair do ar”, a “agir sem pensar”, sobrepondo depressivamente, o que é agradável ao que é desejável.   (4) Déficit narrativo na construção de intimidade. A depressividade do desejo usualmente se faz acompanhar por

[:pt]Intoxicação Digital Infantil[:] Read More »

[:pt]Sociedade Brasileira de Pediatria lança cartilha sobre como crianças devem lidar com a internet[:]

[:pt] A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) redigiu um documento com 50 normas para pais, pediatras, educadores, crianças e adolescentes sobre como lidar com a internet.   Voltado para pais, pediatras e educadores, o documento traz regras práticas como, por exemplo, deixar que crianças de 2 a 5 anos fiquem só uma hora por dia no computador ou similares e não permitir que crianças de 0 a 10 anos usem computador ou televisão em seus próprios quartos. É a primeira vez que normas desse tipo são editadas no Brasil e especialmente adaptadas para a realidade do nosso país.     Veja o documento completo no link: http://estaticog1.globo.com/2016/11/06/19166d-MOrient-Saude-Crian-e-Adolesc.pdf  [:]

[:pt]Sociedade Brasileira de Pediatria lança cartilha sobre como crianças devem lidar com a internet[:] Read More »

[:pt]Internet: boa ou má companheira?[:]

[:pt] A internet avançou e continua crescendo em número de usuários adolescentes. Nesse evoluir da comunicação, é preciso compreender que não se trata de visualizar a internet como um mal ou um bem total, mas a maneira como a mesma é utilizada por jovens e monitorada por pais. Varias pesquisas estão sendo concluídas sobre o assunto e fica pertinente saber dos detalhes de como o bom uso da internet pode ocorrer e como usá-la no processo educativo e domestico.   O trecho a seguir, explana um pouco a respeito: “Diante disso podemos perceber o quão elevado está o acesso à Internet pelos jovens, e notar a dependência que começa a surgir pelo mundo virtual nessa fase da vida. Parece iniciar-se então um isolamento social, onde eles se deixam envolver pelos atrativos que a Internet oferece e, muitas vezes, acabam diminuindo a comunicação com suas outras redes sociais, como amigos e familiares (BASMAGE, 2010).   A partir disto, salienta-se para a importância do diálogo entre a família e o adolescente, pois é através dele que poderão ser estabelecidas regras referentes ao local de uso, ao horário limite para se manter conectado, aos sites visitados, aos “amigos” virtuais que se mantém contato. Cabe aos pais e/ou responsáveis sempre estarem atentos aos conteúdos que os jovens estão acessando na Internet e sempre prezar pelo relacionamento pessoal e real de seus filhos com suas redes sociais mais amplas. Ao mesmo tempo, os pais devem acompanhar seus filhos, tendo um diálogo aberto sobre os perigos e benefícios do uso da Internet, alertando-os para que fiquem atentos em suas conexões virtuais. Pais e responsáveis podem acompanhar seus filhos no uso da Internet, não no sentido de impor, mas sim, colocar limites e acompanhá-los no uso do computador, para que estes possam 6 aprender a usar adequadamente esta ferramenta e se proteger dos possíveis perigos que a Internet pode manifestar (EISENSTEIN; ESTEFENON, 2006). Agora, ao refletir sobre um viés positivo, destacamos que a Internet pode ser usada para a comunicação, na busca de informações e serviços online, para o lazer, compras e venda de produtos. Essas são, conforme Mello (2007), em sua dissertação de mestrado sobre representações e o uso da Internet por adolescentes de Florianópolis, as principais atividades realizadas pelos adolescentes, considerados como usuários leves, e, portanto, saudáveis. A Internet também pode ser vista como uma aliada ao desenvolvimento dos adolescentes, na medida em que pode funcionar como um espaço de criatividade, discussões, formações de opiniões e desenvolvimento da escrita, conforme mostra Freitas (2005), em sua pesquisa acerca da criação de sites e blogs realizada por adolescentes.”   Para a pesquisa na integra: http://www.unifra.br/eventos/sepe2011/Trabalhos/1472.pdf [:]

[:pt]Internet: boa ou má companheira?[:] Read More »

[:pt]Com internet, responsabilidade de escolas extrapola seus domínios[:]

[:pt]Para o Poder Judiciário a internet não constitui um campo novo de atuação, pois é, sobretudo, um diferente meio para realização de crimes igualmente praticados no mundo real. Tendo como porta de entrada as vulnerabilidades ou a falsa sensação de anonimato, crimes contra a honra (injúria, calúnia e difamação), extorsão, ameaças, pornografia infantil, racismo e muitos outros vêm aumentando a cada minuto na internet. Com a aplicação das legislações penal e civil vigentes, o Judiciário vem coibindo fortemente a sensação de impunidade que persiste em reinar neste ambiente. Rumo a reflexão sobre os impactos da conectividade no ambiente familiar e escolar, comecemos reconhecendo que nunca se ouviu tanto falar em liberdade de expressão e acesso irrestrito a informações. No entanto, muito triste tem sido constatar que quando não as são vítimas, muitos dos crimes contra honra vêm sendo praticados por crianças e adolescentes através da internet. Não criar regras para o uso responsável desta poderosa ferramenta, não conversar sobre os riscos a que estão sujeitos quando utilizada de forma inadequada e, principalmente, deixar de explicar claramente a importância e necessidade de se ater a idade mínima exigida para determinados acessos, podem levar pais a responder, inclusive, pelo crime de negligência. Seja por negligência ou desinformação, os pais que não atribuem ao ambiente virtual o mesmo valor e necessidade de cuidado que o faz no ambiente físico não somente deixam seus filhos vulneráveis a sérios problemas, como também, assumem o risco de serem interpelados judicialmente a ter que indenizar um terceiro por dano causado, uma vez que, de acordo com o artigo 932 do Código Civil, os pais são responsáveis pela reparação civil decorrente de atos ilícitos praticados pelos filhos menores. É claro que dispor de ferramentas tecnológicas que incentivem os alunos e aprimorarem os meios de aprendizagem é muito importante, assim como, no caso do ambiente escolar, a capacitação de professores e alunos para o seu uso adequado. O grande desafio hoje está em como direcionar o uso das TICs para o bem, ou seja, como orientar filhos e educandos a explorar todos os benefícios que este avanço fantástico propicia, compreendendo seus peculiaridades e delicadezas, e, principalmente, auxiliar crianças a adolescentes a sensibilidade para discernir um mal que possa estar falsamente “revestido de bem”. O tema é de tanta importância que deu origem à palestra ministrada por mim, dia 18 de maio, na Bett Brasil Educar, maior congresso sobre educação da América Latina, sobre o uso da internet e suas implicações legais no contexto educacional Os estabelecimentos de ensino, por exemplo, são também responsáveis por contribuir na formação do indivíduo. Com efeito, o artigo 2° da Lei 9.394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) ratificou o previsto no artigo 53 do Estatuto da Criança e do Adolescente, ao atribuir à Educação o compromisso de preparar os educandos para o exercício da cidadania. Aprimorando este entendimento, o inciso IV do artigo 932 do Código Civil, prevê que são também responsáveis pela reparação civil, dentre outros, estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo que para fins de educação, pelos seus educandos. Assim, é preciso admitir que, em tempos de internet, a responsabilidade das instituições de ensino extrapola o que ocorre nos seus domínios. Há de considerar que a escola inicia um importante ciclo da vida em sociedade da criança, é na escola que a criança começa a compreender que apesar de importante sua opinião, não é a única, e gradativamente, que seu direito termina onde começa o do outro. Assim, não se pode dizer que a responsabilidade da escola se restringe a integridade física de seus alunos, mas sim, e, principalmente, por sua integridade moral, já que os danos incidentes sobre esta influenciam substancialmente no processo de aprendizagem. Logo, instituições que adotam o cuidado de tratar do assunto desde o contrato de prestação de serviços firmado com os pais, que atualizam seus regulamentos internos com regras de conduta para o uso da tecnologia, promovem campanhas de conscientização e, principalmente, que praticam a prevenção em sua rotina regular, seja por meio de palestras, workshops ou outras atividades dirigidas ou inseridas nas matérias regulares, certamente, terão seus riscos de responsabilização potencialmente mitigados, além de reduzida a possibilidade de ter seus alunos envolvidos em incidentes digitais. Neste contexto, é válido lembrar que, uma vez prévia e expressamente comunicado, é lícito o monitoramento da escola em seus ambientes físicos e digitais. Quanto a eles, filhos e alunos menores de 18 anos são penalmente inimputáveis (embora passíveis de medidas sócio educativas) e para que civilmente pais e educadores não sofram prejuízos, a palavra de ordem é prevenir, orientando e estabelecendo regras claras de disciplina. Na escola se inicia o mais intenso processo de socialização do indivíduo e se muitos adultos lamentam ter aprendido a usar adequadamente as NTICs a duras penas. A habilidade que possuem com a tecnologia é inversamente proporcional a maturidade e capacidade de compreensão acerca dos riscos e responsabilidades que norteiam o comportamento digital e a que ficam sujeitos. Para sua segurança, da família, seu presente e futuro, jovens necessitam de orientações direcionadas e contínuas sobre educação digital, assim como seus pais que subsidiam seus filhos com aparatos tecnológicos de última geração e acessos de conexão sem estabelecer as regras mínimas de conduta para a utilização. É preciso discutir sobre os direitos e oportunidades que nos estão sendo oferecidos sim (que são muitos), além de debater os respectivos deveres, riscos e responsabilidades. Não por acaso, o artigo 26 da lei 12965/14 (Marco Civil da Internet) estabeleceu como dever constitucional do Estado a inclusão da capacitação, integrada a outras práticas educacionais, para o uso seguro, consciente e responsável da internet como ferramenta para o exercício da cidadania, a promoção da cultura e o desenvolvimento tecnológico. É preciso compreender que tais medidas não constituem ônus mas bônus, pois podem contribuir muito para a redução de incidentes digitais nestes ambientes ou fora deles, envolvendo seus discentes e docentes. E, por derradeiro, não poderia deixar de tecer um singelo comentário a relevante e recentemente sancionada Lei

[:pt]Com internet, responsabilidade de escolas extrapola seus domínios[:] Read More »

[:pt]Controle Parental de Eletrônicos[:]

[:pt]  Quando levamos a informação sobre as brincadeiras perigosas para pais, temos sempre o foco de perguntas e dúvidas voltado para a educação digital: como monitorar, como controlar o uso, como saber o que está sendo pesquisado na internet? Essas perguntas estão englobadas em questionamentos maiores acerca da nossa vida digital, dentre elas, como uma criança ou adolescente é permitido o uso de eletrônicos porque assim existe um controle sobre o comportamento, mas também porque adultos estão a mercê de seus próprios hábitos ligados a smartphones e computadores.   Para começar, pais da era digital não estão isentos de responsabilidades e que agora permeiam o aprender mais sobre os meandros de como monitorar horas de uso de eletrônicos, combinado com uma constante necessidade de se desenvolver e constituir um ambiente familiar no qual os membros dessa família consigam travar diálogos, gerar intimidade e confiança. Isso tudo, longe das conexões virtuais. Havemos de equilibrar o contato pessoal e físico com as verdadeiras necessidades virtuais.   Num segundo ponto, é preciso um pouco de tempo e uma pitada de dedicação para aprender os meios pelo qual se monitora e controla o uso de eletrônicos em casa. A Nethics oferece um guia fácil de como fazer esse controle em diferentes sistemas operacionais, incluindo os principais usos de aparelhos: smartphones e computadores. Segue aqui a página que ensina como fazer, além de oferecer opções de software de controle parental:  http://www.controleparentalfacil.com.br/   “Os softwares de controle parental são ótimos aliados no combate aos crimes digitais praticados contra e pelas próprias crianças e adolescentes. São capazes de filtrar e bloquear o acesso a conteúdos inadequados, limitar o tempo de permanência na internet, entre outros. No entanto, é preciso reconhecer que nenhum filtro de segurança é 100% eficaz e que a educação é sem dúvida o melhor e mais seguro mecanismo de controle. Conversar com os jovens e ilustrar, sempre que possível, os argumentos que sustentam determinadas proibições demonstram comprovados e eficientes resultados.” [:]

[:pt]Controle Parental de Eletrônicos[:] Read More »

[:pt]Responsabilidade e vulnerabilidade – compartilhar vídeos[:]

[:pt] A opção de compartilhamento em redes sociais como Facebook e WhatsApp é uma “mão na roda” para pessoas que gostam de dividir momentos com amigos e familiares. Inicialmente, ao contrário do Facebook, o compartilhamento do WhatsApp acontecia individualmente. O que não impedia desse material circular, porém era algo mais demorado e “trabalhoso”. Agora, com a possibilidade de se montar grupos, uma foto, por exemplo, pode estar na mão de dezenas de pessoas em questão de segundos. Uma mãe orgulhosa pode compartilhar o vídeo dos primeiros passos do seu filho no grupo, com membros de sua família, pouco tempo depois da ação do bebê. Contudo, é possível também que um vídeo de conteúdo nocivo seja divulgado em grupos que possuem adolescentes e até mesmo crianças, sem nenhuma censura. É o que acontece muitas vezes com vídeos das práticas das brincadeiras de não-oxigenação.   Alguns grupos são compostos apenas por adolescentes, como de uma turma da escola ou do condomínio onde vivem. Outros podem conter tanto adolescentes como adultos, podendo ser grupos de família ou até mesmo grupos que tenham como objetivo conversar sobre um interesse em comum, sendo um artista, filmes, livros, entre outros temas. Os membros desses últimos citados muitas vezes ficam sabendo da existência dos grupos graças à divulgações em outras redes sociais, como o Facebook. Postam seus números de telefone e, após isso, são inseridos. O perigo desses grupos é que geralmente não existe nenhum requisito para fazer parte: se há interesse, publica o número do telefone e minutos depois já pode ser membro.   Mas qual é o problema então desses grupos se tem como tema assuntos tão inofensivos como filmes, livros e artistas? O problema é que muitas vezes o grupo perde o foco. Começa com uma foto de “bom dia” aqui, um áudio engraçado ali, um vídeo que está fazendo sucesso na internet acolá. Com isso, a probabilidade de vídeos com conteúdos de crianças e adolescentes praticando brincadeiras de não-oxigenação serem compartilhados e ficarem disponíveis nos smartphones desses membros é enorme. A facilidade de acesso dos jovens a esses vídeos proporciona curiosidade e interesse na atividade, levando, assim, à prática.   É essencial que adultos que fazem parte desses grupos ou que tenha acesso a esses vídeos de alguma forma, denunciem e alertem do quão perigoso é o compartilhamento dos vídeos onde há explícita a atividade, influenciando outras crianças e adolescentes e, consequentemente, pondo vidas em risco.       Texto por: Ana Beatriz Medeiros Colaboradora voluntária e estudante da Fanor.    [:]

[:pt]Responsabilidade e vulnerabilidade – compartilhar vídeos[:] Read More »

[:pt]Celular todo dia e a era dos desafios[:]

[:pt] Sabemos da grandiosidade da internet. Sabemos também em como ela mudou as nossas vidas de uns 15 anos para cá. Além de tudo, sabemos como a internet facilitou a tomada de muitas decisões e a conquista de feitos da nossa civilização pós-moderna. Contudo, será que paramos para pensar nos pontos negativos dessa rede mundial que faz parte do nosso cotidiano? Melhor, será que paramos para pensar na influência da internet, das redes sociais na vida dos nossos adolescentes, esses seres em pleno desenvolvimento, que passam por mudanças constantes em todos os âmbitos (físicas, psicológicas, emocionais, e cognitivos)?   As redes sociais tornaram-se uma ferramenta utilizada para comunicação e atualização sobre pessoas e assuntos de nosso interesse. Segundo dados da Pesquisa Brasileira de Mídia, elaborada pela Secretaria de Comunicação Social, em 2015, 65% dos jovens brasileiros com até 25 anos acessam a internet todos os dias; em contrapartida, os usuários que possuem mais de 65 anos, a porcentagem é de somente 4%. A pesquisa também afirma que 71% acessam a internet via computador e 66% via smartphone. A frequente utilização destes serviços traz vantagens e desvantagens para seus usuários.   A principal vantagem é a troca de mensagens instantâneas que as redes sociais nos oferecem, o que facilita bastante na comunicação. Outra vantagem é o compartilhamento de informações e notícias e divulgação de conteúdo para o mundo inteiro em questão de segundos. Podemos citar também a possibilidade de reunir e fazer novos amigos que possuem interesses em comum.   Por outro lado, pensemos em como os usuários, principalmente os adolescentes, estão expostos nas redes sociais. A possibilidade de ter dados, fotos, informações indesejadas divulgadas de forma acidental é enorme. A influência que a internet possui para os adolescentes também podem causar desvantagens. Muitos jovens utilizam as redes sociais para se auto-afirmarem e tudo bem se isso for feito com moderação. Muitos ultrapassam a linha do bom senso e tentam se auto-afirmar afetando outros, causando, com isso, o cyberbullying. Outra consequência de uma auto-afirmação excessiva é a necessidade de chamar atenção a ponto de se prejudicar de várias formas. A propagação de vídeos em sites como YouTube de brincadeiras, jogos e desafios elaborados por jovens e adolescentes influencia outros jovens a praticar estas atividades, sendo um dos motivos que levam adolescentes a participar das brincadeiras de não-oxigenação.   Veja uma pesquisa sobre o uso excessivo da internet por meio do celular pelos jovens: http://tecnologia.uol.com.br/noticias/redacao/2015/07/28/80-dos-jovens-e-criancas-acessam-a-internet-pelo-celular-todos-os-dias.htm     Texto por: Ana Beatriz Medeiros Colaboradora voluntária e estudante da Fanor.    [:]

[:pt]Celular todo dia e a era dos desafios[:] Read More »

Como a internet pode estar afetando crianças e adolescentes

A Internet tem sido o caminho mais usado para o acesso a vídeos sobre o jogo do desmaio. Para compreender como o fenômeno pode estar afetando as crianças e adolescentes brasileiros, é preciso compreender a dimensão do que significa a internet no Brasil e como a mesma está sendo utilizada por jovens. Na pesquisa da Tics Kids Online – Brasil, encontramos dados significativos do impacto desse veículo e como faz-se necessário um cuidado mais urgente quando ao acesso a rede.     O ambiente:   “A pesquisa revela que o ambiente para acesso a? rede mais mencionado e? a sala de casa (68%), seguido pelo quarto da/o crianc?a/adolescente (57%). Esse u?ltimo apresentou um aumento de 31 pontos percentuais em relac?a?o ao ano anterior, o que indica um crescimento do uso da Internet em locais em que a crianc?a ou o adolescente encontram maior privacidade. Isso representa, sem du?vida, um desafio para os pais no que se refere a? mediac?a?o do uso da rede. (…) A tende?ncia a? mobilidade e? outro destaque apontado pela pesquisa. O telefone celular e? utilizado por pouco mais da metade das crianc?as e adolescentes para acessar a rede (53%). Em 2012, essa proporc?a?o era de 21%. Ja? o acesso a? Internet por meio dos tablets cresceu de 2%, em 2012, para 16% em 2013. Os computadores de mesa seguem como os dispositivos mais utilizados por esse pu?blico para acessar a Internet: 71%.”   “Do total dos usua?rios de Internet entrevistados pela TIC Kids Online 2012, com idade entre 9 e 16 anos, 60% acessaram a rede de suas casas, ao passo que, na Europa, o i?ndice foi de 87%; 42% acessaram das escolas, no Brasil, e 63%, na Europa. Os i?ndices de pessoas que acessaram das casas de parentes ou amigos estiveram pro?ximos (38% e 42%, respectivamente). Entretanto, enquanto apenas 12% dos europeus acessaram de cybercafe?s e lanhouses, no Brasil, a porcentagem atingiu 35%. Nesse contexto, esses locais pu?blicos sa?o particularmente relevantes para o acesso tanto da populac?a?o de baixa renda quanto dos que residem em zonas rurais.”     Situações de risco:   “Em relac?a?o a situac?o?es de risco vividas on-line, 38% das crianc?as e dos adolescentes entre 11 e 17 anos de idade adicionaram pessoas que nunca conheceram pessoalmente a?s suas listas de amigos ou contatos nas redes sociais. As faixas de idade mais altas reportam mais atividades de risco potencial em relac?a?o aos mais novos. “Entre as atividades de mediac?a?o dos pais e responsa?veis, a conversa sobre o que os filhos fazem na Internet e? a ac?a?o mais citada (81%). Ja? 43% dos pais e responsa?veis afirmam realizar atividades junto com os filhos na rede. Quando questionados sobre os riscos, apenas 8% dos pais e responsa?veis acreditam que seu filho tenha passado por alguma situac?a?o de inco?modo ou constrangimento na Internet – percentual semelhante ao verificado em 2012 (6%).”   “Crianc?as e adolescentes esta?o preocupados com uma larga gama de riscos on-line. Uma visa?o ampla e atualizada sobre tais riscos colabora com os esforc?os destinados a mitiga?-los, assim como oferece insumos para as ac?o?es que ajudem crianc?as e adolescentes a lidar com eles. Considerando que 9% dos entrevistados entre 9 e 10 anos e que um em cada sete dos entrevistados de 9 a 16 anos passaram por algum inco?modo ou constrangimento na Internet no u?ltimo ano, e? importante promover a conscientizac?a?o e outras pra?ticas de seguranc?a direcionadas a crianc?as cada vez mais novas. Chamar a atenc?a?o de adolescentes e de seus pais e professores continua sendo uma prioridade, ja? que aquilo que e? considerado inco?modo muda conforme a idade. Comenta?rios maldosos e conteu?dos problema?ticos criados por usua?rios (como sites a favor da anorexia) sa?o uma preocupac?a?o particularmente importante para adolescentes, por exemplo. Ale?m disso, mensagens de seguranc?a devem ser atualizadas para se adaptar a?s novas formas de acesso: 33% das crianc?as e adolescentes agora acessam a rede usando celulares ou aparelhos porta?teis. Laptops, celulares, videogames e outros aparelhos mo?veis permitem a?s crianc?as e adolescentes acessarem a rede em qualquer lugar, a qualquer hora, longe da supervisa?o dos pais. Novos servic?os (como aqueles baseados na geolocalizac?a?o) tambe?m podem conduzir a novos riscos (MASCHERONI; O?LAFSSON, 2014).”     Vulnerabilidade:   “O estudo comparativo entre as pesquisas EU Kids Online, da Europa, e TIC Kids Online Brasil revela uma situac?a?o de vulnerabilidade maior das crianc?as brasileiras em relac?a?o a?s europeias, o que pode ser analisado a partir de alguns dados (BARBOSA et al., 2013). Por exemplo, mais de dois terc?os das crianc?as entrevistadas na pesquisa brasileira de 2012 (de 68% a 78%, variando em relac?a?o a? condic?a?o socioecono?mica familiar) com experie?ncias on-line acreditam saber mais sobre Internet do que seus pais ou responsa?veis. Ale?m disso, desse montante, o estudo indica que mais da metade dessas crianc?as (53%) relataram que pais e responsa?veis na?o usam a Internet, ao passo que, na Europa, apenas 28% a 46% das crianc?as responderam saber mais do que os pais sobre a Internet.”   “O fato ainda de o Brasil estar entre os tre?s pai?ses com maior nu?mero de perfis de usua?rios cadastrados no Facebook, atualmente a maior rede social de compartilhamento, pode se constituir tambe?m um indi?cio de maior vulnerabilidade das crianc?as brasileiras aos riscos das atividades on-line. Afinal, desde muito novas aprendem a burlar os limites impostos para o cadastramento nesse e em outros sites de relacionamento, sem que para isso precisem declarar seus dados pessoais com precisa?o, sobretudo a idade. Esse seria um fator de risco importante para as crianc?as brasileiras, visto que comec?am mais cedo a embrenhar-se na complexidade de uma rede como o Facebook, haja vista que, entre as crianc?as usua?rias de Internet de 9 a 10 anos de idade entrevistadas, 43% declararam ter perfil naquela rede, embora a idade oficial permitida seja de 13 anos.”     Porque prevenir:   “O uso da Internet pelas crianc?as merece atenc?a?o e ac?o?es intensivas que levem em conta o envolvimento e a capacitac?a?o de pais (ou responsa?veis), educadores, gestores de programas, programadores e designers de software brasileiros,

Como a internet pode estar afetando crianças e adolescentes Read More »

Rolar para cima
×