Brincadeiras Perigosas

[:pt]Judy Rogg. “Jogo do desmaio”: É preciso conversar[:]

[:pt]   A dor indizível por causa da perda do filho Erik Robinson, de 12 anos de idade, numa brincadeira silenciosa e traiçoeira conhecida por “jogo do desmaio” teve de ser transformada. Ou encorpava outro significado ou a assistente social norte-americana Judy Rogg não ressuscitaria de um pesadelo que a tomou em 2010.   O desaparecimento precoce do filho único e a recusa da escola em tratar sobre o assunto com os pais e a comunidade levaram Judy e a terapeuta Stephanie Small a fundar a Erick´s Cause (www.erikscause.org). Uma entidade sem fins lucrativos que estimula, pelo mundo, a conversa e a prevenção contra jogo do desmaio ou asfixia. Uma desafio que induz o jogador a interromper a circulação de oxigênio, podendo levá-lo a óbito ou causar danos.   O POVO esteve com Judy Rogg durante o 2º Colóquio Internacional sobre Brincadeiras Perigosas, realizado em Fortaleza pelo Instituto DimiCuida. Confira os principais trechos da conversa. A entrevista contou com tradução simultânea da psicóloga Fabiana Vasconcelos.     O POVO – Seu filho, o Erik, sabia sobre o jogo que estava jogando? Judy Rogg – O Erik aprendeu o jogo da asfixia ou do desmaio um dia antes de morrer, praticando-o. Ele era um escoteiro mirim, um garoto de 12 anos, cheio de energia, responsável, saudável, tinha uma vida cheia de atividades. Ele não sabia sobre as consequências do jogo. Na segunda-feira aprendeu e na terça, praticou.   OP – Como ele conheceu? Judy – Durante a investigação da polícia existia um silêncio muito grande entre as crianças. Ninguém queria falar com medo de um repreensão por parte dos pais, com medo até de apanhar. Então ninguém falava. Mas uma criança rompeu a corrente do silêncio. A polícia descobriu que o Erick estava com outra criança no pátio da escola,um ensinando um ao outro como se jogava. Isso foi na segunda-feira. Na terça, os investigadores descobriram que o Erik estaria muito frustrado com o dever de casa dele. Para limpar a cabeça, para se sentir mais leve, “jogaria” e depois voltaria a estudar. Eu o perdi por cinco minutos…   OP – Já o encontrou sem vida? Judy – Eu tinha o hábito de me comunicar através de mensagem pelo celular. E eu havia dito que estaria em uma reunião, mas assim que saísse ligaria. Comecei a achar estranho ele não responderas mensagens.Por cinco minutos fiz essa tentativa e percebi que havia algo errado. Eu moro a cinco minutos do trabalho e resolvi deixar tudo e fui para casa. Quando cheguei o encontrei com vida, mas já ruim.   OP – Antes do ocorrido, a senhora não notou qualquer comportamento diferente? Judy – Não tive tempo suficiente para observar sinais, porque ele aprendeu na segunda e praticou na terça. Eu não conhecia essa prática, esse jogo, eu não tinha como fazer uma prevenção. Depois do que aconteceu com o Erik, passei a me dedicar ao trabalhar de ajudar outros pais e profissionais a se prevenirem contra os jogos. Os pais não sabem. Quando você olha para uma criança que tem uma determinação de vida, ele queria ser militar, tinha um futuro, não cabia praticar uma coisa que iria lhe tirar a vida. Como os cérebros das crianças e adolescentes não têm desenvolvimento suficiente para esse discernimento, ele achava que ia dar uma leveza e ia acalmar a frustração.   OP – As crianças disseramonde aprenderam o jogo? Judy – O Erik tinha um grande amigo, parceiros de beisebol. Quando foi anunciado que foi uma morte trágica, ninguém falou. Mas o Anthony, o amigo, chegou pra mãe dele e disse que tinha visto o Erik no pátio da escola com outra criança, um tentando aprender com o outro. Eles nunca conseguiram chegar até essa criança do pátio.   OP – O que a senhora descobriu mais sobre o jogoda asfixia? Judy – Meu filho foi socorrido, foi ressuscitado e tivemos de esperar 24 horas para ver se o corpo respondia. Nesse período, o detetiveMike Bleak, da polícia de Santa Mônica, veio até o hospital e revelou para mim que não era suicídio. O processo de investigação estava apontando para o jogo do desmaio. Eu não sabia o que era, fiquei abismada. Meu filho era muito inteligente para fazer algo tão estúpido como uma brincadeira dessa, mas eu não sabia do que se tratava. E a polícia insistiu, eu achava que os policiais estavam loucos. Mas quando o Anthony contou, passei a acreditar nos investigadores.   OP – Até então a senhora achava que era suicídio? Judy – Não, eu não acreditava em suicídio porque ele não tinha um perfil para isso. Ele não foi achado fazendo isso escondido, estava na passagem entre a cozinha e a sala do apartamento. Achava que ele tinha entrado num colapso ao tentar usar a corda de escoteiro mirim. Eu ainda não tinha tornado público o caso do Erick e, três semanas antes, havia ocorrido um caso de bullying virtual em Massachusetts. Por causa disso, umamenina tinha cometido suicídio. No caso do Erik, as crianças sabiam que era jogo do desmaio e os pais achavam que era bullying virtual. Jornalistasligaram para saber se eu queria falar sobre o caso. A polícia perguntou se eu queria falar numa reportagem, mas alertou que o que tinha acontecido com meu filho era decorrência do jogo do desmaio.   OP – A polícia estava preparada para uma investigação tão específica? Judy – A polícia de Santa Mônica, na Califórnia, onde moro, nunca tinha trabalhado em nenhum caso. Mas eles haviam passado por um treinamento para esse tipo de ocorrência. Na maioria dos casos, a polícia insiste que é suicídio e os pais brigam para dizer que foi causado por um jogo perigoso. No caso do Erick, eu não aceitava nenhum nem outro. Eles usam uma ferramenta chamada autópsia psicológica. Eles investigaram o histórico de vida do Erik e aí acharam evidências sobre o jogo do desmaio. A autópsia psicológica não traça apenas a evidência concreta da cena do crime, parte

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[:pt]Jogo de asfixia: não é brincadeira[:]

[:pt] A morte de um adolescente paulista lançou luz sobre os jogos de desmaio, praticados por quatro em cada dez jovens brasileiros.   É difícil descrever a agonia de encontrar um filho desmaiado dentro de casa. A família de Gustavo Riveiros Detter, de 13 anos, deparou com cena ainda pior na noite de sábado, dia 15 de outubro deste ano. Amarrada ao redor do pescoço do menino estava a corda que sustentava um saco de boxe no teto do quarto. Um tio de Gustavo declarou que o sobrinho jogava videogame pelo computador com outros três colegas conectados pela rede. Por perder a partida, Gustavo foi desafiado a “brincar de novo de se enforcar”, nas palavras de um dos jogadores. O menino não resistiu aos danos neurológicos e morreu horas depois na UTI do Hospital Ana Costa, em Santos, cidade litorânea de São Paulo. Foi ali no hospital, pelo médico Luiz Henrique Guerra, que a família e os amigos souberam da existência do jogo do desmaio. Guerra entregou à família, impressa em duas folhas brancas, a descrição de um passatempo macabro que se tornou “febre” entre crianças e adolescentes. O participante, em busca de uma sensação alucinógena ou de euforia, prende a respiração com as mãos ou com o auxílio de um acessório (lenço, cordão ou cinto) até desmaiar. A postagem sobre o alerta com fotos do documento, feita por uma amiga da família, viralizou no Facebook. O dado mais apavorante: só os adultos não conheciam a brincadeira.   Em uma mensagem na rede social, um primo de Gustavo, de 25 anos, escreveu ter se arriscado com a prática na adolescência e pediu aos jovens que nunca mais jogassem. Uma das enfermeiras que atenderam Gustavo surpreendeu-se ao levar o debate para casa. Os filhos pré-adolescentes tinham até visto colegas de escola perder o fôlego. O mesmo relato veio por uma professora amiga da família, cujos alunos afirmaram ter participado do jogo da asfixia. A facilidade com que se encontra o passo a passo da prática na internet deixa os jovens mais expostos a cometer um ato que pode terminar em tragédia. Em 2010 eram menos de 500 os vídeos relacionados ao jogo do desmaio no canal YouTube. No início deste ano, mais de 16 mil. Esse é um dos resultados preliminares de uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo e da Paris Ouest (na França). “Não imaginava que a prática era tão difundida entre as crianças do Brasil”, diz a psicóloga brasileira Juliana Guilheri, coordenadora do estudo.   Alguns países já estão tomando medidas para enfrentar o problema. Em 2002, a francesa Françoise Cochet, que perdeu um filho na brincadeira, fundou a associação Accompagner-Prévenir-Éduquer Agir Sauver (Apeas, ou Acompanhar-Prevenir-Educar Agir Salvar, em tradução livre). Graças à pressão da associação, o governo francês aprovou uma lei, em 2013, proibindo sites com busca, como YouTube e Google, de mostrar conteúdo em francês sobre as brincadeiras. Campanhas de prevenção miram pais, médicos, educadores e estudantes. Inspirada em Françoise, a americana Judy Rogg criou a instituição Eric’s Cause (A Causa do Eric, em tradução livre) depois da morte do filho. Ela mantém um mapa colaborativo com notificações de mortes e pessoas com sequela no mundo todo causadas pelas brincadeiras. Já são 1.256 casos notificados, com 11% sequelados.   No Brasil, há esforços semelhantes. O empresário do mercado imobiliário Demétrio Jereissati, parte distante da família dos políticos Jereissati, voltava de viagem com a mulher. Era 8 de junho de 2014. Uma das expectativas era entregar um arco e flecha “da largura da mala” para o filho caçula, Dimi. “Ele queria tanto que ligou para me ensinar a acomodar com segurança dentro da mala”, diz. Aos 16 anos, Dimi gostava de aventura e sonhava com a faculdade de engenharia. Mas ao chegar em casa Demétrio encontrou o filho sem vida, com um cinto em volta do pescoço. “Não sei dizer o que passa na cabeça de um pai numa situação dessas. A gente sai do ar, fica anestesiado.” Dias depois, Demétrio e a mulher conheceram Françoise pessoalmente. Em dois meses, o instituto DimiCuida nasceu. “Descobrimos que, enquanto os adultos desconhecem, os jovens praticam. A palavra desafio tem de ser um sinal de alerta”, diz.   Um dos obstáculos para dimensionar o problema é a dificuldade em identificar se o jovem foi vítima da brincadeira de asfixia ou de suicídio. É o que diz Maria de Fátima Franco dos Santos, da PUC-Campinas. Ela é especialista em autópsia forense, uma investigação sobre a vida pregressa da vítima em caso de morte duvidosa. A busca inclui entrevistas com amigos e familiares, médicos e pesquisas on-line. “Poucos no Brasil conhecem as brincadeiras perigosas e uma minoria faz autópsia psicológica. É mais fácil dizer que foi suicídio”, diz.   A hipótese de suicídio não se encaixava no perfil do filho de Jane do Carmo, de 50 anos, uma inglesa que morava em São Paulo. Depois de procurar por Thomas em todos os cômodos da casa, Jane encontrou-o sentado no vaso sanitário. Uma ponta da faixa de caratê do menino estava presa ao pescoço. A outra, no registro do banheiro. “Tentei tirar o nó, mas logo vi que não adiantaria. Imaginei que ele estava tentando fazer alguma experiência… Mas não me lembro de nada daquela noite, não quero voltar”, continua, em longas pausas. Nos dias seguintes, amigos e familiares aflitos alcançaram informações sobre as brincadeiras perigosas. Só depois Jane lembrou que Thomas tinha falado de amigos que ficavam dando socos uns no peito dos outros para provocar desmaio. Também recordou das queixas de enxaqueca e dos olhos avermelhados do filho. “Eu conversava com meu filho sobre tudo, nossa família era unida. Você não tem como proteger um filho do que desconhece. Isso precisa mudar”, diz Jane.   A psicóloga Fabiana Vasconcelos, coordenadora da área de educação do DimiCuida, descobriu que um argumento para sensibilizar os jovens é falar das sequelas do jogo. Na falta de oxigênio, funções importantes começam a parar e neurônios morrem. Em alguns casos, o praticante que sobrevive

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[:pt]O que são choking games? Leia perguntas e respostas sobre o tema.[:]

[:pt]O que é, afinal de contas, o “choking game”? Especialistas alertam sobre riscos e motivos por trás de comportamento.     HISTÓRICO     O que é “choking game”? O “choking game”, ou jogo de asfixia, é uma atividade classificada por estudiosos como um jogo de não-oxigenação. É uma prática que consiste em cortar a passagem de ar para o cérebro. A psicóloga Juliana Guilheri desenvolve um doutorado na França sobre esse tipo de manifestação e conta com a participação de 802 crianças francesas e mil brasileiras. Ela ressalta que “são comportamentos de risco e não são nem ‘brincadeiras’ e nem ‘jogos’.”   O que leva alguém a participar do jogo? O principal motivo é a pressão para ser aceito em um grupo, mas a curiosidade é um fator determinante, de acordo com a psicóloga Fabiana Vasconcelos, gestora do Instituto Dimicuida, que trabalha com a conscientização e a troca de informações sobre “choking games”. “A adolescência é uma época natural de experimentação. A busca de uma representação externa, de uma participação de um grupo, é algo natural. Além disso, há a curiosidade. Os jovens querem saber os limites do próprio corpo. O problema é que, na maior parte dos casos, eles não sabem”, diz Vasconcelos. Segundo o Dimicuida, os adolescentes que se dispõem a praticar o “choking game” quase nunca manifestam comportamento suicida.   Quando o “choking game” surgiu? Segundo Fabiana, os jogos de asfixia surgiram há bastante tempo, mas não é possível determinar exatamente quando. Na França, país referência em estudos sobre a prática, os registros mais antigos são datados de 1950.     SAÚDE     Quais são os perigos do “choking game” para a saúde? Além do risco de morte, os jogos de asfixia são considerados de alto risco por especialistas, já que o corte no fluxo de oxigênio para o cérebro pode deixar sequelas. “O cérebro já sofre danos neuronais se ficar entre 2 e 3 minutos sem oxigênio”, diz Fabiana. “Com 5 minutos, a pessoa pode ter uma parada cardiorrespiratória”. Entre as sequelas estão cegueira temporária ou permanente, perda dos movimentos dos membros inferiores, convulsões, epilepsia e perda de cognição.   Quantas pessoas já morreram no Brasil por participarem de “choking games”? Não existe um estudo consolidado sobre “choking games” no país. “As Secretarias de Segurança Pública registram como morte acidental ou erroneamente como suicídio”, diz Fabiana. “Os números que temos são informais, de famílias que entram em contato. Desde 2014, registramos 8 famílias em Fortaleza (CE) e duas no estado de São Paulo.” “No Brasil, estimamos que cerca de 4 em cada 10 crianças e jovens (40%) já praticaram ao menos uma vez um ‘jogo de asfixia’ e que 8% dentre eles já provocaram o desmaio voluntário”, afirma Juliana Guilheri.     TECNOLOGIA     Há relação entre “choking games” e jogos online como “League of Legends”? Não existe relação direta entre a linguagem dos games e das redes sociais com esse tipo de desafio, segundo Marcia Padilha, consultora na área de educação e tecnologia. Ela acredita que a situação poderia acontecer independentemente do ambiente, mas acaba surgindo no mundo digital por ele ainda contar com pouca supervisão dos adultos. “Numa cidade como São Paulo, as crianças acabam tendo poucas possibilidades de interação ao ar livre, no quintal. E as interações online acabam sendo muito importantes para elas. Como as crianças estão sozinhas no quarto, é confortável para os adultos porque eles não têm tempo de proporcionar uma atividade, e isso acaba virando uma bola de neve. Como os nudes”, diz.   O que a criadora de “League of Legends” diz a respeito do “choking game” e do caso do garoto Gustavo Detter? Procurada pelo G1, a produtora Riot Games afirmou por meio de sua assessoria de imprensa que não irá comentar o assunto.   Houve aumento de ocorrências por causa da internet? Na opinião de Marcia, a internet tem o poder de potencializar e disseminar ideias – boas e ruins. “O que é moda na escola do meu bairro passa a ser moda mundial”, ela diz. Entre 2010 e 2016, o número de vídeos no YouTube com registros dos desafios (com a nomenclatura “brincadeira do desmaio”) saltou de cerca de 500 para 19 mil, de acordo com Fabiana Vasconcelos. E isso apenas no Brasil. Nos EUA, eles chegaram a 600 mil em 2016.   Quais redes sociais e aplicativos são usados para os “choking games”? “Existem dois estudos americanos, de 2010 e 2016, que comprovam a influência do YouTube para a prática dos comportamentos de asfixia em ‘jogos’ ou ‘desafios’”, explica Juliana Guilheri. Ela defende a criação de uma lei que proíba a postagem e difusão de vídeos do tipo. “Esta lei já está em funcionamento na França desde 2013 e pode multar o infrator em até 75 mil euros (R$ 257 mil) ou até resultar em pena de prisão. Os motores de busca também são responsabilizados. A lei, felizmente, funciona.”   Fabiana Vasconcelos também aponta que muitos jovens utilizam aplicativos de mensagens como o WhatsApp para disseminar a prática.   O que os pais e as escolas podem fazer agora para evitar esse comportamento? Fabiana afirma que os pais precisam primeiro saber da existência desses desafios. Também é importante abrir um diálogo em casa para falar sobre brincadeiras perigosas. “Tenham acesso ao histórico de navegação de seus filhos na internet. Saibam com quem eles conversam. A privacidade do jovem em um aparelho eletrônico é de propriedade da família. O jovem não apenas precisa como quer esse monitoramento.” Marcia defende que é preciso mergulhar e entender o mundo digital, se preparando para novas situações. “Quando seu filho vai à praia, você fala para ele ir só até onde a água bate no joelho, para não ir onde tem pouca gente. Existem regras físicas. E você já foi várias vezes à praia. Mas se você não visita o virtual, temos um problema. É fácil dar uma resposta monocausal para um assunto que é multifatorial. É mais fácil achar um bode expiatório”, afirma. “A

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[:pt]Sergipe participa do 2º Colóquio Internacional sobre Brincadeiras Perigosas no Ceará[:]

[:pt] Por Herieta Schuster   Uma nova moda tem causado preocupação aos pais e profissionais da saúde: as brincadeiras perigosas que jovens e adolescentes estão realizando no Brasil e em países como África do Sul, França e Estados Unidos. São diversos tipos de atitudes que visam reduzir a oxigenação cerebral e, consequentemente, uma sensação de euforia, tontura, parada respiratória, desmaio, podendo chegar até a morte. Pensando em promover uma discussão e troca de informações sobre esse tema, o Instituto Dimicuida, formada por voluntários e familiares que perderam jovens em consequência dessa brincadeira, promoveu, em Fortaleza o 2º Colóquio Internacional sobre Brincadeiras Perigosas, cujo objetivo foi orientar professores e profissionais da saúde sobre a prevenção dessas práticas e mostrar suas consequências. Várias brincadeiras perigosas sempre existiram, porém, com a fácil e instantânea divulgação nas redes sociais e internet, estão se tornando um grande problema para as famílias, escolas, saúde pública e até para a área policial. Com o intuito de promover um debate sobre o assunto, buscando a prevenção para essas atitudes dos jovens, a Secretária do Estado da Saúde, através do médico sanitarista, Almir Santana, foi convidada para ministrar uma conferência  sobre a “Fisiologia da Respiração e os Jogos dos desmaios, e a consequência a sua saúde. “Sergipe foi convidado porque foi o primeiro Estado a abordar o tema “Brincadeiras Perigosas  nas escolas” e queremos levar esse debate para as escolas Sergipanas. Essa  é uma causa que abracei voluntariamente” , relatou  Almir Santana.   Brincadeiras Perigosas   Essa brincadeira consiste em ser desafiado a perder a respiração e a oxigenação cerebral ao ponto do desmaio. O objetivo da prática seria a busca de uma sensação de euforia ou alucinação. A busca é típica da adolescência: experimentar, desafiar e pertencer a grupos e práticas em busca de recompensa subjetiva. A prática, disseminada como inofensiva, torna-se um fator de curiosidade entre grupos, principalmente nas escolas. A experimentação ocorre em sua maioria pela pressão de amigos e sem consciência das possíveis sequelas da prática e do risco de morte. O médico Almir Santana chama atenção para que os pais fiquem atentos ao comportamento dos filhos. “Os pais precisam acompanhar mais os filhos, observando as mudanças súbitas de comportamento, bem como as alterações físicas do jovem ou adolescente. Os professores e coordenadores das escolas também precisam estar atentos às brincadeiras nos intervalos e o que está circulando nas redes sociais que envolvem os alunos. A internet e redes sociais, sem acompanhamento de pais e educadores, são grandes disseminadores das brincadeiras perigosas”, esclarece o sanitarista Almir Santana. Ele também chama atenção para que os profissionais da saúde fiquem atentos às situações que aparentemente parecem suicídio, mas podem ser consequências dessas brincadeiras perigosas. ”É preciso atenção especial às chamadas para atendimento de jovens que passaram mal quando estavam em grupo, brincando com colegas. Os Institutos de criminalística nacionais e profissionais do IML devem ficar atentos às situações consideradas Suicídios que envolvem jovens e adolescentes. Eles podem ter ido a óbito pelas chamadas Brincadeiras de não oxigenação”, alerta o médico  Almir Santana.   Fonte: Secretaria do Estado da Saúde – SE [:]

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[:pt]A importância da autópsia psicológica – Dra. Maria de Fátima Franco dos Santos [:]

[:pt]A autópsia psicológica é um método retrospectivo de avaliação da personalidade de uma pessoa, que não esteja presente, por estar morta, desaparecida ou em coma. Esta forma indireta de se conhecer as características pessoais do indivíduo ausente foi utilizada, pela primeira vez, em Cuba, na década de 1940.

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[:pt]2º Colóquio Internacional no Brasil sobre Brincadeiras Perigosas[:]

[:pt]  Realizaremos nos dias 6 e 7 de outubro, no Hotel Sonata de Iracema (Fortaleza-CE), o 2º Colóquio Internacional no Brasil sobre Brincadeiras Perigosas com o tema ‘A Prevenção na Prática’.   O objetivo do evento é levar o conhecimento dos modelos de prevenção, o mecanismo da respiração e da autópsia psicológica dos jogos de não-oxigenação aos profissionais nas áreas de saúde, educação e segurança pública, assim como, pais e responsáveis. Os jogos de não-oxigenação são “brincadeiras” disseminadas na internet e praticadas por crianças e jovens do mundo inteiro, e que deixam sequelas, muitas vezes irreversíveis, ou levam à morte. O 2º Colóquio Internacional no Brasil sobre Brincadeiras Perigosas será dividido em quatros painéis, direcionados para públicos distintos, como pais, educadores e profissionais da saúde e da segurança pública. O evento será gratuito, mediante inscrição prévia.   INSCRIÇÃO GRATUITA   Confira a programação completa e inscreva-se usando esse formulário:  https://goo.gl/forms/DjdfFUjPjaF7ak4F3     06/10   PAINEL I | A prevenção nas escolas, um método aplicado 8h00 – 8h30 | Acolhida 8h30 – 8h35 | Abertura Instituto DimiCuida – Demétrio Jereissati 8:35 – 10h35 | Programa de Prevenção Erik’s Cause – Um treinamento – Judy Rogg (EUA) 10h35 – 10h50 | Intervalo 10h50 – 11h10 | Programa de Prevenção APEAS – Experiência, estratégia e a sistemática na prevenção dos jogos junto aos estudantes – Françoise Cochet (França) – não presencial 11h10 – 12h10 | Os perigos da internet – ora vítimas, ora infratores – NETHICS – Alessandra Borelli (Brasil) 12h10 – 12h15 | Depoimento   PAINEL I Educadores, psicólogos e assistentes sociais serão apresentados em profundidade aos modelos de prevenção desenvolvidos nos EUA e na França, acrescentados de um conhecimento sobre educação digital. O programa da Erik´s Cause( EUA), que foi implantado nas escolas de Utah, tem uma perspectiva educacional voltada para a neurociência, focando em como formar jovens conscientes de escolhas através da exposição de seu riscos e sequelas da prática. No programa da França, Françoise Cochet, expõe a sua vasta experiência nos programas desenvolvidos para as escolas que vão do Ensino Fundamental I ao Ensino Médio. Para fechar o painel, um olhar atento para Alessandra Borelli, presidente da Nethics – Educação Digital que aborda o assunto internet e juventude, sendo a internet o maior disseminador dos jogos e desafios, mostrando como a vulnerabilidade do jovem usuário pode cruzar a tênue linha que o separa de uma infração.     Painel II | A Mecânica da respiração e sintomas devidos à prática de jogos de não-oxigenação. Atualidades de pesquisa e epidemiologia no mundo 14h – 14h05 | Abertura Instituto DimiCuida – Demétrio Jereissati 14h05 – 15h | O Sistema Respiratório e os Jogos de Não-oxigenação – Dr. Almir Santana (Brasil) 15h – 16h | Como fazer a triagem de uma criança através dos sintomas – Amy Bleak (EUA) 16h – 16h20 | Intervalo 16h20 – 17h20 | Atualidades de pesquisa e epidemiologia dos jogos de não-oxigenação – Juliana Guilheri (França/Brasil) – não presencial 17h20 – 17h30 | Encerramento Dia 1 – Um Depoimento   PAINEL II A saúde está diretamente afetada pelas práticas de não-oxigenação, portanto, o entendimento aprofundado dos mecanismos fisiológicos e biológicos de respiração e de como reconhecer os sintomas gerados pelos jogos e suas repetições são de fundamental importância para o conhecimento clínico dos profissionais de saúde. Dr. Almir Santana apresentará a conexão entre a respiração e como a mesma é afetada pelos jogos de não-oxigenação, enquanto Amy Bleak conduzirá uma explanação de como reconhecer os sintomas da prática nas clinicas, urgências e emergências. Para finalizar, a pesquisadora Juliana Guilheri abordará a epidemiologia da prática no mundo, incluindo o Brasil.     07/10   PAINEL III | A importância da autopsia psicológica no processo investigativo, brincadeiras perigosas identificadas e reconhecidas 8h00 – 8h30 | Acolhida 8h30 – 8h35 | Abertura Instituto DimiCuida – Demétrio Jereissati 8:35 – 9h15 | Brincadeiras Perigosas x Suicídio – Como identificar e diferenciar – Fabiana Vasconcelos e Daniel Franco (Brasil) 9h15 -11h15 | A Ferramenta da Autópsia Psicológica – Dra. Maria de Fátima Franco dos Santos (Brasil) 11h15 – 11h30 | Intervalo 11h30 – 12h30 | Mudando um laudo de suicídio para jogo de não-oxigenação usando a ferramenta autópsia psicológica – Mike Bleak (EUA) 12h30 – 12h35 | Encerramento – Um Depoimento   PAINEL III A morte de jovens em circunstâncias duvidosas, muitas vezes confundidas com suicídio, não passa por processo de investigação cauteloso, levando famílias a nunca entenderem o que aconteceu realmente com seus entes queridos. Direcionado para psicólogos e profissionais da segurança pública, esse painel traz o conhecimento da diferença da motivação de práticas de não-oxigenação e suicídio, apresentados por Fabiana Vasconcelos e Daniel Franco. A Dra. Fatima Santos, especialista no Brasil, apresenta a ferramenta da autópsia psicológica e como a mesma pode ser fundamental nos processos investigativos. O investigador americano Mike Bleak fecha as apresentações da manhã detalhando o uso dessa ferramenta para mudar laudos de suicídio para jogo de não-oxigenação.     PAINEL IV | A era digital e as Brincadeiras Perigosas – O que dizer ao meu filho? 14h – 14h05 | Abertura Instituto DimiCuida – Demétrio Jereissati 14h05 – 16h00 | O que dizer para o meu filho(a)? O Modelo Americano (para aos pais) – Judy Rogg (EUA) 16h00 – 17h00 | Grupo privado IDC Pais, encontro e diálogos – um café 17h00 | Despedida   PAINEL IV Esse bloco está dedicado a pais e responsáveis. A era digital, a socialização via mundo virtual, as novas formas de existir de crianças e jovens podem se tornar um desafio, principalmente no que tange a educação, monitoramento e cuidados com as brincadeiras perigosas, certamente desconhecidas da grande maioria de adultos. Judy Rogg e Instituto DimiCuida virá conduzir um diálogo sobre como e o que dizer aos filhos, de como conhecer as práticas para poder falar delas de forma coerente e precisa com crianças e jovens em casa. No momento final, o IDC reunirá os pais que perderam os seus filhos em virtude das brincadeiras perigosas.     Para

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[:pt]Brincadeiras perigosas – Comportamento[:]

[:pt] Sem medir consequências, crianças e adolescentes aceitam participar de jogos e desafios (brincadeiras perigosas) que podem causar a morte.   Canela, desodorante, preservativo, talco, gelo, sal. Elementos comuns e presentes em qualquer residência têm sido usados por crianças e adolescentes em “desafios”, que muitas vezes acabam em tragédia. Em outras vezes, buscando induzir um estado de euforia, inalam gás de buzina, desodorante ou até provocam desmaios no chamado jogo da asfixia, também com consequências fatais. Recentemente uma jovem morreu por parada cardíaca no interior paulista, depois de inalar gás de buzina.   A situação é bastante assustadora, já que os pais não podem estar presentes o tempo todo junto aos filhos, por isso a melhor prevenção ainda é o diálogo, seguido do monitoramento da internet. A opinião é da psicóloga Fabiana Medeiros Vasconcelos, do Instituto DimiCuida, de Fortaleza. Criado pelos pais de uma vítima do jogo da asfixia, o Instituto se dedica a alertar e instruir pais e professores sobre os riscos dos jogos de não-oxigenação. Outros países têm grupos semelhantes, já que as brincadeiras perigosas não são exclusivas dos jovens brasileiros.   “A prática é desconhecida como algo perigoso e há um silêncio sobre o assunto. As famílias (das vítimas) se resguardam por causa do julgamento. Essa crítica impede que a sociedade fale sobre isso”, diz. Outro ponto importante é que, segundo a psicóloga, os legistas determinam a morte como suicídio e, por isso, não há investigação. Desta maneira os jovens continuam praticando o jogo e os pais desconhecendo o assunto.   Fabiana diz que descobrir porque os jovens fazem isso é a grande pergunta. “O processo de arriscar, de saber quem você é no mundo, não é novo. O novo veio da internet e da competição. Estamos em uma era onde não há espaço para todos. Não há três primeiros lugares. Os jovens querem se sobressair e a escola tem que retomar o trabalho de valorização humana, da convivência. O jovem precisa ter o direito de escolha de como será o seu sucesso. Por outro lado, temos uma sociedade sufocada, sem tempo. Os casos de ansiedade na escola estão aumentando e a criança não tolera falhar”, afirma.   A psicóloga também afirma que há dois extremos entre as crianças e adolescentes que participam das brincadeiras perigosas. De um lado estão aquelas que são introvertidas, com maior dificuldade de participar de grupos e por isso acabam se submetendo porque desejam fazer parte desse grupo. Do outro, as crianças muito extrovertidas, que aceitam todos os desafios, são curiosas e gostam de aparecer, que gostam de adrenalina. “Para esses pais indicamos direcionar o filho para atividades como skate, surfe e outros que têm adrenalina mas com mais segurança.”   A especialista chama a atenção para o fato de que as vítimas dessas brincadeiras não tinham perfil suicida, ou seja, não eram jovens em sofrimento psíquico, com a visão de que tudo ao redor perdeu o sentido. “Muitos dos jogos são feitos em grupo, com todos rindo e brincando. O problema ocorre quando o socorro não chega a tempo ou o adolescente resolve fazer a ‘brincadeira’ sozinho. Ele assiste o grupo fazendo e não quer fazer porque tem medo de desistir na hora. Resolve fazer sozinho em casa e pode não haver socorro a tempo”, alerta Fabiana.   Fonte: Folha de Londrina – Jornal do Paraná  [:]

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[:pt] Silenciosa e sorrateiramente, o jogo do desmaio continua se propagando e tirando a vida de crianças ao redor do mundo. Estamos ainda, como sociedade, pondo uma cortina sobre essa prática e muito sobre a forma contemporânea de viver dos jovens.   O jogo do desmaio, propagado pela informação passada por colegas, principalmente em escolas e condomínios, continua a ser visto como uma brincadeira, desconhecida dos adultos e apelativa aos jovens pela aparente visão de ludicidade atribuída à prática.   Essa semana, nos EUA, um jovem de 13 anos foi levado à morte ao praticar em casa. Quando o jovem decide tentar o “jogo” em casa e sozinho, a incidência de vítimas aumenta. Os possíveis socorros devem ser aplicados entre 3 e 5 minutos e, estando só, o mesmo não tem como pedir o socorro. Muitas vezes, a prática entre 11 e 13 anos causa o maior número de vítimas.   O silêncio e denegação desse fenômeno em escolas tem contribuído para um ciclo que leva jovens a não reconhecerem e entenderem os riscos e consequências para a saúde e para a vida. Fora a morte, a prática pode levar a sérias sequelas: perda de cognição, cegueira e outros sérios danos neuronais que podem impedir o jovem de levar uma vida saudável e plena.     Para a matéria do acidente nos EUA, segue o link: http://fox13now.com/2015/12/21/13-year-old-found-dead-after-playing-choking-game-family-says/ [:en] Silenciosa e sorrateiramente, o jogo do desmaio continua se propagando e tirando a vida de crianças ao redor do mundo.. Estamos ainda, como sociedade, pondo uma cortina sobre essa prática e muito sobre a forma contemporânea de viver dos jovens.   O jogo do desmaio, propagado pela informação passada por colegas, principalmente em escolas e condomínios, continua a ser visto como uma brincadeira, desconhecida dos adultos e apelativa aos jovens pela aparente visão de ludicidade atribuída à prática.   Essa semana, nos EUA, um jovem de 13 anos foi levado à morte ao praticar em casa. Quando o jovem decide tentar o “jogo” em casa e sozinho, a incidência de vítimas aumenta. Os possíveis socorros devem ser aplicados entre 3 e 5 minutos e, estando só, o mesmo não tem como pedir o socorro. Muitas vezes, a prática entre 11 e 13 anos causa o maior número de vítimas.   O silêncio e denegação desse fenômeno em escolas tem contribuído para um ciclo que leva jovens a não reconhecerem e entenderem os riscos e consequências para a saúde e para a vida. Fora a morte, a prática pode levar a sérias sequelas: perda de cognição, cegueira e outros sérios danos neuronais que podem impedir o jovem de levar uma vida saudável e plena.     Para a matéria do acidente nos EUA, segue o link: http://fox13now.com/2015/12/21/13-year-old-found-dead-after-playing-choking-game-family-says/ [:fr] Silenciosa e sorrateiramente, o jogo do desmaio continua se propagando e tirando a vida de crianças ao redor do mundo… Estamos ainda, como sociedade, pondo uma cortina sobre essa prática e muito sobre a forma contemporânea de viver dos jovens.   O jogo do desmaio, propagado pela informação passada por colegas, principalmente em escolas e condomínios, continua a ser visto como uma brincadeira, desconhecida dos adultos e apelativa aos jovens pela aparente visão de ludicidade atribuída à prática.   Essa semana, nos EUA, um jovem de 13 anos foi levado à morte ao praticar em casa. Quando o jovem decide tentar o “jogo” em casa e sozinho, a incidência de vítimas aumenta. Os possíveis socorros devem ser aplicados entre 3 e 5 minutos e, estando só, o mesmo não tem como pedir o socorro. Muitas vezes, a prática entre 11 e 13 anos causa o maior número de vítimas.   O silêncio e denegação desse fenômeno em escolas tem contribuído para um ciclo que leva jovens a não reconhecerem e entenderem os riscos e consequências para a saúde e para a vida. Fora a morte, a prática pode levar a sérias sequelas: perda de cognição, cegueira e outros sérios danos neuronais que podem impedir o jovem de levar uma vida saudável e plena.     Para a matéria do acidente nos EUA, segue o link: http://fox13now.com/2015/12/21/13-year-old-found-dead-after-playing-choking-game-family-says/ [:]

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Bullying nas escolas

Bullying, essa palavra que não achou sua identidade em português, tem se propagado como prática de violência nas escolas brasileiras na última década, estando a mesma associada diretamente com a prática do “jogo do desmaio”. Para entender o sentido, traduzindo a palavra temos: intimidação, maus-tratos, agressão verbal, física e virtual. A Plan Brasil realizou uma pesquisa sobre o bullying no ambiente escolar em 2009 e chegaram a conclusões que nos levam a pensar mais seriamente sobre esse fenômeno:   “A ocorrência do bullying emerge em um clima generalizado de violência no ambiente escolar, considerando-se que 70% da amostra de estudantes responderam ter presenciado cenas de agressões entre colegas, enquanto 30% deles declararam ter vivenciado ao menos uma situação violenta no mesmo período.”   E ainda:   “A pesquisa mostra que o bullying é mais comum nas regiões Sudeste e Centro-Oeste do País e que a incidência maior está entre os adolescentes na faixa de 11 a 15 anos de idade e alocados na sexta série do ensino fundamental. Quanto aos motivos que os levam a sofrer ou a praticar agressões, os participantes tiveram dificuldade para indicar. No entanto, tendem a considerar que os agressores buscam obter popularidade junto aos colegas, que necessitam ser aceitos pelo grupo de referência e que se sentiram poderosos em relação aos demais, tendo esse “status” reconhecido na medida em que seus atos são observados e, de certa forma, consentidos pela omissão e falta de reação dos atores envolvidos. Já as vitimas são sempre descritas pelos respondentes como pessoas que apresentam alguma diferença em relação aos demais colegas, como um traço físico marcante, algum tipo de necessidade especial, o uso de vestimentas consideradas diferentes, a posse de objetos ou o consumo de bens indicativos de status sócio- econômico superior ao dos demais alunos. Elas são vistas pelo conjunto de respondentes como pessoas tímidas, inseguras e passivas, o que faz com que os agressores as considerem merecedoras das agressões dado seu comportamento frágil e inibido.”   Na capacidade de considerações, a pesquisa aponta:   – As escolas devem procurar diagnosticar, sistematicamente, a emergência de casos de bullying e outras formas de violência nas relações interpessoais, de modo a estabelecer metas objetivas de redução e eliminação do fenômeno no âmbito dos seus planejamentos estratégico e pedagógico.   – Profissionais atuantes em escolas de ensino fundamental, independentemente dos níveis funcionais e cargos ocupados, devem ser capacitados para assumir medidas de restrição e controle da violência no ambiente escolar.   – A gestão escolar deve incorporar atribuições de prevenção e controle da violência, que podem ser exercidas de forma integrada com outras instituições do Estado – segurança publica; polícias civil, militar, municipal, comunitária; conselhos municipais etc. – e da sociedade civil – associações de moradores, ONGs, fundações empresariais, movimentos sociais etc.”   Para ler a pesquisa na íntegra: http://arquivo.campanhaeducacao.org.br/semana/2011/pesquisa_plan_resumo.pdf    

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Por que jovens praticam o jogo do desmaio?

Desinformação acerca dos riscos associada à ideia de brincadeira. Facilmente associadas à distorções na personalidade ou comportamento, na verdade, as práticas de não-oxigenação pertencem ao mundo lúdico de crianças e adolescentes por serem consideradas não-violentas. Ao contrário, são vistas como experimentais e destinadas a provocar sensações alucinatórias ou sensoriais. Ficando evidente o total desconhecimento dos riscos de tais práticas. Os nomes encontrados no Brasil: jogo do desmaio, jogo de asfixia, jogo da camisinha, brincadeira do pregador, desafio do desodorante spray e seguem variações de nomenclaturas dessas praticas, vistas como brincadeiras, de acordo com as que são importadas dos EUA e Europa, mas que também recebem nomes novos no Brasil. Para compreender melhor essas práticas: Se propaga pelo boca a boca, vídeos, filmes, trocas em redes sociais, a curiosidade de uma experiência nova, superação de desafios que supostamente não deixam marcas. A expressão de violência contra si mesmo é rara, quase inexistente. Em detalhes: – Um amigo ou parente, seja primo ou irmão mais velho, propõe o jogo para um grupo; – Existem várias técnicas: apneia prolongada, sufocação com compressão do tórax, compressão manual dos vasos sanguíneos laterais do pescoço, respirar no saco plástico, com ou sem desodorante; – Uma compressão do ar leva a diminuição da circulação sanguínea, começando pelas veias, depois pelas artérias, interrompendo o fluxo de oxigênio para o cérebro. Em qualquer uma das variações, o jovem faz a experiência na frente de outros. Depois de iniciado, esse jovem tentará incitar outros a praticar, muitas vezes apelando para o zombar se o amigo não aceitar participar. De qualquer forma, as experiências relatadas por grupos são sempre acompanhadas de risadas, aplausos, quando alguns mostram estar se divertindo com o jogo. Quando ocorre o desmaio, a criança geralmente é vitima de movimentos convulsivos e se não estiver estendida no chão, poderá se machucar severamente. No melhor cenário, a criança retoma a consciência em alguns poucos instantes, sente-se mal por algum tempo, mas se recompõe. Se continuar praticando, essas convulsões levarão a lesões cerebrais provocadas pela hipóxia. Entre 3 e 5 minutos, a criança que fica sem socorro, poderá morrer de uma parada cardíaca. Se um jovem chega a precisar de uma intervenção de emergência, seja de um socorrista ou dos bombeiros, enquanto o grupo está presente, existe uma compreensão brutal e imediata do risco da prática. O perigo ainda maior está na tentativa de fazer o jogo sozinho porque não compreendem que a prática pode matar. Os riscos maiores estão no desconhecimento de que se ele não retornar rápido do desmaio, não existe ninguém para socorrer ou pedir socorro. Uma só vez pode ser fatal. O papel de adulto, sejam pais, cuidadores ou educadores, é de colher essas informações, entendê-las e repassá-las de forma segura e clara. Fazer uma criança compreender o que acontece com o corpo sem oxigênio já salvou muitas vidas em países como França e EUA. Juntos, podemos parar as brincadeiras perigosas. Conhecer, compreender, prevenir.

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